Este é um jogo que vai mudar totalmente a sua forma de pensar em relação a games arcade. Os seus quebra cabeças são realmente bem complicados e gostosos de resolver. O preto e branco nos remete aqueles filmes bem antigos dos anos vintes, noir, e a musica é profunda e um tanto mórbida, porém genial, pois a trilha sonora é um grande fator de imersão nesse jogo.
O enredo do game parece bem simples, porém como tudo nesse game, não é! O jogador entra na pele de um menino desconhecido que acorda em meio a uma floresta escura e desolada. O garoto procura a sua irmã desaparecida e durante o percurso encontra poucos humanos, estes procuram matá-lo ou simplesmente fogem dele. Você percorrerá uma densa floresta, uma cidade devastada até o quebra cabeça final, quando ele se juntará a sua irma. Mas não pense que será fácil a escuridão dos locais por onde ele passa escondem terríveis armadilhas inimigos ferozes que o caçam sem piedade. Mas afinal o que é o limbo?
O limbo segundo a mitologia judaico-cristã é um local para onde as crianças que morreram sem serem batizadas vão parar para toda a eternidade. Segundo eles, não é um local de penas eternas como o inferno e duras provações como o purgatório mas um lugar feliz porém sem a luz de deus. Isso até nos faz pensar sobre o enredo do game não é mesmo?
Ok, aqui vai algumas teorias. O garoto acorda sozinho desorientado em uma floresta escura. Hora, desorientado? Talvez ele estivesse em outro lugar fazendo outra coisa qualquer, quando de repente, voltando a si ele se encontra nesse lugar de trevas. Duas hipóteses muito interessantes, não é oficial gente são apenas viagens sobre o enredo ok? A primeira, ele pode ter sofrido algum tipo de acidente junto com a irma e, depois de morto, acorda sozinho. É claro que ele ficou preocupado com o paradeiro dela, já que não a encontra em lugar algum e resolve procura-la. A segunda hipótese é bem menos feliz, sua irmã pode ter morrido primeiro de alguma doença, desastre ou simples violência domestica. A morte da irma pode ter chocado o garoto de tal forma que ele acaba se matando e, acordando nesse novo lugar, sai em busca da querida irmãzinha.
Essas duas hipóteses surgidas da minha cabeça servem para demonstrar a incrível complexidade desse game. E se você parar pra pensar mais um pouco se perguntará, por que as outras crianças o atacam? Será que elas sentem alguma maldade nesse rapaz? Já até levantaram a questão, e isso é oficial, que o passar entre as fases do garoto representa na realidade as fases da vida de um ser humano. Infância adolescência fase adulta e velhice sendo que depois tudo se repete como a própria roda da vida sem fim.
Esse game foi tão bem recebido, que antes de ser lançado recebeu vários prêmios, entre eles o "Excelência técnica" e "Excelência em Arte Visual". Depois do lançamento ainda foi agraciado com mais prêmios ainda, como o "Melhor jogo independente". Das muitas criticas positivas que recebeu, na minha opinião a que define a obra com melhor clareza com certeza foi o comentário do Hatfield da IGN, "Pouquíssimos jogos são tão originais, atmosféricos, e constantemente brilhantes como Limbo".
O game foi desenvolvido pela produtora de games independentes dinamarquesa, Playdead. A direção é por conta de Arnt Jensen, e a arte foi responsabilidade de Morten Bransen, ambos premiados na Game Developers Choice Awards. Eu recomendo bastante esse game para você, que busca sair um pouco da rotina dos games de ação e pancadaria e procura algo mais profundo e filosófico E antes de encerrar esse pequeno texto, pouco digno da obra em si, quero deixar uma frase destacada de John Teti, da empresa Eurogamer, sobre o jogo.
"Um jogo que tem muito poucos humanos, mas excede em humanidade."
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